Era um encontro casual, para que elas anunciassem as boas-novas. Mesmo assim, menina-virginiana era só ansiedade. Sim, quer me matar um dia? É só me prometer contar uma novidade em breve, ou mais tarde ou em outro dia...é muita maldade me fazer esperar por essas coisas.
Voltando às boas novas, o destino era a casa nova dela, recém-mobiliada, linda, mas sem talheres. A expectativa era grande: vou ser madrinha? dama de honra? vou ser tia? o que será, meu deus...
Estávamos ali, as 3. "Você, menina-loira dos olhos azuis, será madrinha...e você virginiana-poesia, gostaria de fazer o discurso do casamento? Sabe, não haverá padres nem rabinos. As bençãos serão dadas por um casal de amigos: Ele e você, se topar, é claro".
Os olhos, como normalmente acontece, se encheram de lágrimas. O coração, como nem sempre acontece, acelerou de nervoso. Era a hora...justo eu, que nem sei o que é o amor? Justo eu, fui escolhida para discursar no casamento dela...
Aceitei, claro. E, depois desse dia, nunca mais dormi direito. Sonho, escrevo em guardanapos, em e-mails que mando pra mim mesma e salvo na pasta: "casamento dela". Tudo isso, tanto papel rasgado e frases deletadas para, no final, dizer a única coisa que realmente importa e, que todas as noites, peço aos céus em segredo, com as mãos unidas e os olhinhos apertados: "Amo vocês e que sejam felizes para sempre, amém!"
quinta-feira, 17 de junho de 2010
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