Na véspera de ti eu era pouca e sem sintaxe eu era um quase uma parte sem outra um hiato de mim.
No agora de ti aconteço tecida em ponto cheio um texto com entrelinhas e recheio:
um preciso corpo um bastante sim.
Amor, de Maria Esther Maciel
São elas
Todas jornalistas de 20 e poucos que por um acaso se encontraram no mesmo número da rua Monte Alegre há alguns anos. Uma delas chegou mais tarde e trouxe dali o colorido que faltava às Meninas de Lá.
Ana Elisa Faria, a Aninha É de Leão, mas sua ascendência em Libra anda se manifestando mais ultimamente (ou não? ou talvez sim...). Essa menina tem uma risada inconfundível. Quando fica preocupada ou aflita, viaja lá para os lados de Recife. Mas, ultimamente, vem aprendendo a pintar sorrisos mesmo quando os céus se pejam de nuvens.
Jéssica Kibrit, a Jé Nunca pára em casa: está sempre fazendo alguma coisa, indo para algum lugar. Sua vida consegue ser uma novela mexicana mais tragicômica do que Maria do Bairro. Para os dias de tristezas bem tristes, seu colo é feito de mãe. Sabe fazer um macarrão delicioso e sair para as compras com pé sujo.
Giovanna Tucci, a Nana Zen, acha que para tudo há um jeitinho (e não há?). Está sempre querendo um vestido (ai, e aquele sapato?). Já se perdeu incontáveis vezes pelas ruas de São Paulo, mas deu sorte de pedir informação para o carro certo.
Joana Carvalho, a Jobas Gosta de poesia e mini-chicabon, mas odeia mamão.Tem sempre um livro na cabeceira, mas mesmo assim não resiste a uma boa novela (o que é uma ligeira mentira, já que ela e Ana se pegam sempre ao telefone comentando algum capítulo de alguma delas, seja da Globo, do sbt, ou da record). Ela ri, ela ora, ela cora e ela ama..."sem saber se o amor é ou não é"!
Georgia Nicolau, aGeó Essa moça traz "nos olhos quimeras com brilho de trinta velas...E daí?". Não dispensa uma cervejinha nos fins de semana nem um cinema no final da tarde. Ela tem o canto dela. E que respeitem isso e saibam chegar, minha gente. Parece que carrega no colo, no sorriso, no andar danças e poesias.
Conversávamos, agora. Ela apreciava o casacão da noite. – "Cheiinhas!" – olhava as estrelas, deléveis, sobrehumanas. Chamava-as de "estrelinhas pia-pia". Repetia: - "Tudo nascendo!" – essa sua exclamação dileta, em muitas ocasiões, com o deferir de um sorriso. E o ar. Dizia que o ar estava com cheiro de lembrança. – "A gente não vê quando o vento se acaba..." Estava no quintal, vestidinha de amarelo. O que falava, às vezes era comum, a gente é que ouvia exagerado: - "Alturas de urubuir..." Não, dissera só: - "... altura de urubu não ir." O dedinho chegava quase no céu. Lembrou-se de: - "Jabuticaba de vem-mever..." Suspirava, depois: - "Eu quero ir para lá." – Aonde? – "Não sei" Aí, observou: - "O passarinho desapareceu de cantar..." De fato, o passarinho tinha estado cantando, e, no escorregar do tempo, eu pensava que não estivesse ouvindo; agora, ele se interrompera. Eu disse: - "A Avezinha." De por diante, Nhinhinha passou a chamar o sabiá de "Senhora Vizinha..." E tinha respostas mais longas: - "Eeu? Tou fazendo saudade."
Um comentário:
ai, que delícia.
eu sou mineira aqui também.
rs
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