quarta-feira, 31 de outubro de 2007

medo


O Post que falo aqui é o da Ana, não da Nana!


O medo. Quer sentimento mais estranho e indecifrável que esse? Podemos ter medo de barata, de trovão, de prova de matemática. Mas também existem aqueles medos, assim como minha amiga honey postou abaixo. O medo de seguir em frente e viver aquilo que a vida nos reserva e que por causa desse sentimento tão estranho, deixamos p/ trás. Os psicólogos diriam que até no caso da barata deve ter sido algum trauma que tivemos e não sabemos identificar. Eu tenho que concordar com eles.

Além dos traumas, acho que todos os medos que temos são impostos por uma sociedade. Pq temos medo de barata e não temos medo de mosquito? Eles são até que parecidos. E por que temos medo de trovão e não temos do sol? Será pq trovão faz barulho? Mas tanta coisa faz barulho atualmente e não sentimos medo.... e pq temos medo de sofrer, de chorar? Se, cedo ou tarde, acabamos sofrendo? Se a primeira coisa que um nenê faz quando nasce é chorar.

Acho que é assim que funciona também em relação ao medo do futuro, retomando novamente o post abaixo. Realmente é muito mais fácil viver naquela rotina: trabalho, faculdade, bar, balada, cama. Está tudo certo e sabemos oq nos espera no dia seguinte e no outro e no outro. Mas e aquele friozinho na barriga? Onde ele fica nessa história? E o sorriso que cisma em não sair do rosto? E descobrir uma pessoa que não tem nada a ver com vc, mas você não consegue sair do lado dela?

Por algum motivo, que não sabemos explicar e nem identificar, temos medo. A minha pergunta é: se alguém inventou que temos que ter medo de barata, quem inventou que temos que ter medo de viver, se envolver e deixar levar?

Sei que é difícil, mas não impossível. Acho que temos que começar do zero e ver tudo como uma página em branco de um daqueles cadernos novinhos que nossas mães compravam no começo do ano e ficávamos tão felizes ao abri-lo e usa-lo pela primeira vez. E, aos poucos, vamos escrever de novo, uma nova história. Lembrando sempre a matéria que tivemos nos outros anos, que aprendemos com elas, mas q. passaram e oq temos agora são folhinhas brancas prontas para uma etapa nova!

Ensaio


Ela nasceu Nana, mas Giovanna é sua guerreira. Uma menina-velha que adora brincar com as palavras, só que ainda não descobriu se prefere amarelinha ou gira-gira. Enquanto isso, sai por aí com sua flor amarela e laranja no cabelo, cantarolando e dançando em pequeninas terras-sertanejas e pedras belas. Tudo o que é zen a atrai. Adepta da antroposofia e de florais. Sua sensibilidade, que hoje traz paz, foi durante muito tempo motivo de medo. Ridiculus! Comer fruta do pé faz ela se sentir um macaquinho feliz. É das montanhas a moça, mas ultimamente anda desejosa por mar. Doces, hmmmm! Mas vive uma fase natureba. Há, em sua vida, agora, um excesso de "mas", como havia na de Miguilim um excesso de adultice. Mas é bom! Rs. Brincar é bom! Vontade de dançar não falta, falta é priorizar. As amigas são poderosos amuletos que a vida põe em nosso pescoço - o que fazer com ele, cabe a nós. Escrever é uma delícia, e às vezes, ai, um suplício. Com a ajuda de fadas ela tem descoberto algumas vontades meio escondidinhas, dessas que dão na gente uma hora ou outra na vida. Fotógrafa agora ela é, metida andando com a máquina pendurada no peito e rindo, sapeca, do sorriso curioso dos motoristas. Roxo é sua cor preferida. Rita, sua santa. Mãe terra e yoga, uma nova conexão. Pais, heróis desmitificados. Comida, gosta de todas, mas talvez só por uma massa seja capaz de passar vergonha em bistrôs parisienses. Nunca foi chegada em animais, embora tenha passado a infância toda tentando cuidar de coelhos e pintinhos (desastrosamente). Tem duas irmãs de alma. Irmãos de sangue, são companheiros e seus filhotes. Dorme com bichinhos de pelúcia e quando as coisas apertam muito, só a Siumara resolve e presença de mãe. Dia chuvoso e nebuloso é bom demais. Muito calor, só em dias preguiçosos. Seu homem ela escolheu, e cedo entendeu que o verdadeiro amor mora dentro da gente, e não fora. Criança dá uma baita paz. A menina medrosa que vivia dentro dela, no entanto, ficou na tenda. É tagarela! Tem tentado falar menos e ouvir, com mais presença, o que os outros têm a dizer. Esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e desinquieta: o que a vida quer da gente é coragem. É. Jornal, já sabe: não quer. Ficar melecada é irritante, mas da última vez em que tomou um banho de limonada, não foi tão ruim assim. Um dia, vai ter uma horta em casa e saber cozinhar. Ainda acha que vai atuar em um filme e escrever roteiros é uma idéia atraente. Arte é trabalho. Poesia aqui, lá, em toda parte. Combinação exposição + cafezinho é tudo de bom. Gostaria de ler mais. Convenções sociais a incomodam: conversas sobre o tempo no elevador, pessoas com medo do silêncio e perguntas obrigatórias e-vc. Gente de mau-humor é um saco. Filme bom muda o dia. Flores bonitas pelo caminho, também. Gente que gosta do que faz, também. Quer conhecer o continente africano. E a Índia. Quem sabe ano que vem. Quer visitar muitos lugares, não sabe direito quais. O que ela sabe, de um saber doído e lindo, é que, não importa aonde esteja, quer ficar sempre bem dentro dela.




segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Futuro


Não gosto de planejar o futuro. Me irrita na segunda-feira já programar o sábado, feriados então...apenas nas exceções decido antes meu rumo, quando existe extrema necessidade. De manhã quero cinema e quando chega à noite quero só um banho quente e cama. Hoje quero verde, amanhã amarelo, rosa ou até cinza com laranja. Isso, ao mesmo tempo, é bom e ruim. Ter dúvida sobre tudo é pura insegurança.
Sábado passado, assistindo à peça Aldeotas lá no Tucarena, eu ouvi o encantador Levi, um dos personagens principais e morador da imaginária Coti das Fuças, dizer que “as dúvidas nós que conquistamos” e fiquei pensando, pensando e não é que concordei com ele? Concordei porque ultimamente eu só tenho dúvidas, até das próprias certezas. Se o que é certo é certo por que duvidar? Cheguei numa conclusão: parece que as dúvidas vêm do medo do futuro e daquilo que ele reserva para nós.
No Aurélio, o dicionário, diz que futuro, entre outras denominações, é “o tempo que há de vir. Sorte futura; destino. Que há de ser. Que está por vir ou acontecer; vindouro, venturo...”. E é aí que a coisa pega: temos medo daquilo que está por vir e muitas vezes paramos no meio do caminho já com receio do sofrimento ou mesmo da alegria.
Que bom seria se a gente soubesse logo o destino, que chegasse rápido no futuro pra saber se aquilo vai doer ou não. Só assim o medo não existiria. Ou se existisse, poderíamos saber a causa e, para não acontecer, correríamos para debaixo da cama ou pro colinho da mamãe. Mas se fosse assim a vida não teria tanta graça, teria? Acho que não...
O mais legal é poder dar de cara com as surpresas, as boas e as ruins. Pois é só assim que a gente ama, erra, aprende, abraça, perdoa, ri, chora, canta, dança, e o mais importante, é só assim que a gente vive.
Pois vou fechar os olhos e viver, sem pensar no que há de ser. Venha o que vier! Afinal, o futuro, como bem disse Toquinho em Aquarela, “...é uma astronave que tentamos pilotar. Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar. Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá. O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim...Descolorirá....”.

sábado, 27 de outubro de 2007

Dançando no escuro


Gosto de procurar imagens que me inspirem a escrever no blog, como essa dança de Matisse. Talvez seja porque tenho muitas coisas passando pelo meu coração agora, e é difícil escolher uma delas. Deixo-me levar. Deixo a foto de um simpático ratinho aparecer no meu e-mail e inesperadamente me transportar para Paris! Tomamos sorvete e falamos de amor. Hoje, quero falar de presença, que também é uma forma linda de amor, talvez a mais bela de todas. Ando presente na vida. Sim, presente. Tenho prestado a atenção numa coisa que parece meio banal: a diferença entre estar e estar presente. Presença é quando nos sentimos inteiros em um lugar, aquela sensação gostosa de que a vida já valeu só por aquele momento, aquela troca. Trocas com sua cabeleireira, com o motorista do jornal, com as amigas, com a mocinha do caixa da farmácia, com a criança do carro vizinho...Nessa semana dancei, durante muitos minutos, com os olhos fechados, uma sucessão de músicas bem diferentes umas das outras que pareciam fazer, porém, parte da mesma sinfonia, a minha sinfonia, aquela que eu estava regendo e que me colocou em contato com o melhor de mim. Dancei sentindo cada movimento, leve, deixando a música entrar - me fazer entrar -, sem permitir que me levasse para um lugar distante daquele. Não queria sonhar. Sonhar é bom demais, eita coisa deliciosa, ir pra bem longe, um lugar imaginário, um tempo bom. Mas agora, dá licença que eu quero estar aqui, sô! É o que busco. E o que a gente busca, bem disse-me uma amiga, a gente já tem.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Chocolate com morango

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Disse a raposa ao principezinho.


Se Bandeira me autorizar, vou-me embora pra Pasárgada. Sei que não sou amiga do rei, mas talvez lá, eu possa me esconder bem escondidinho desses pensamentos-monstros que ficam debaixo da cama ou dentro do armário. Eu andava cultivando sossegos, mas como passe-de-mágica, tudo virou pipoca de microondas. E é por isso que vou pra lá, porque acho que é nesse lugar, no longe, onde o infinito se cruza com o pra sempre, que mora a calma, as tardes de preguiça, os dias para não se fazer nada. Ah! Lá, todo dia, as noites são de chuva para se dormir embalado, e os dias são de sol, para se usar vestidos e flores no cabelo. E nunca se tem amanhã, porque se vive só o hoje...amanhã é sempre distante demais para se pensar. E o ontem, o ontem tem gostinho de stikadinho (aquele chocolate da cantina do colégio, que por fora é chocolate e por dentro é morango).

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

E chove...

Confesso que acordar de manhã, abrir a janela e me deparar com o céu cinza e chuvoso, me deixava no ápice do mau humor. Já pensava no trânsito que iria pegar pela frente, nas pessoas estressadas que cruzaria no caminho, na indecisão entre colocar tênis ou bota, lembrar de pegar o guarda-chuva...
Digo “me deixava”, pois tenho reparado que nas últimas semanas o que aconteceu foi o oposto. Tenho acordado feliz e um pouco mais ansiosa pelo dia que virá, porém, sem me importar se chove, faz sol, frio ou calor. Na verdade, hoje estou admirando todos os fenômenos da natureza em qualquer uma de suas representações. As coisas ficaram mais belas, me parece. Ou eu comecei a enxergar diferente...
Queria divagar mais, pensar mais nisso, entretanto, o corre-corre do famigerado fechamento não pára de me chamar.

Falaremos mais sobre isso depois. Por enquanto deixo esta poesia aqui:

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte
é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte
estranheza e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar




segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Educando nosso coração














Obs - escrevi esse texto semana passada, acho que meu clima agora é outro, mas não queria deixar de postar




Lembro como se fosse hoje do meu primeiro beijo. Tínhamos combinado que seria na festa de uma amiga, dia 21 de março, durante a música do Titanic. Nessa época tudo começava quando o menino chamava ela para dançar a música lenta. Meu coração quase saiu pela boca quando ouvi o som daquele violino. Assim como combinado, ele veio e ficamos. Ficamos juntos uns seis meses e lembro direitinho que nessa época tudo era permitido, até mensagens no BIP (lembram?) dizendo que amava, o quanto sentia falta, sem pensar nas consequências. O importante era fazer o que sentia. Mesmo que a vontade fosse aparecer do nada onde ele estava, mandar cartas quilométricas, chorar e expor tudinho oq passava dentro de mim.

Tento lembrar quando as coisas começaram a mudar. O momento que eu pensei duas vezes antes de mandar uma mensagem e aquele que nem pensei, já sabia que não tinha que mandar. Mas acho que queria mesmo lembrar quando nem por coincidência eu queria encontrar. Que mesmo gostando e guardando aquele aperto que dói no coração eu me segurasse e achasse que "ele só vai gostar de mim se eu sumir". E eu acreditava tanto naquilo que não era só eu que sumia e sim todo aquele sentimento que tinha alimentado e acreditado.

Queria tanto saber se realmente as coisas funcionam assim e se funcionam o motivo. Depois da história do Titanic outras tantas surgiram e vejo direitinho como ensinamos cada vez mais nossos corações e sentimentos a fazer "aquilo que é certo", o que me deixa triste é que o que é certo normalmente é o que não machuca é o que nos traz segurança. Nós ensinamos nosso coração a pensar, mas quem e em qual momento que nos ensinaram a pensar assim?

domingo, 21 de outubro de 2007

Corridinho

O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.

O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.

O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.

Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.

Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.

Adélia Prado

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Encontros e desencontros


Ele é um ratinho que sonha em ser chef. Ela, uma menina-velha tentando descobrir que parte é menina, que parte é velha e que parte é só parte. Como Remy, segue um desejo que nem sabe direito o que é e onde vai dar. Disseram-me, aliás, que eles caminham de mãos bem dadas, o ratinho e a menina, o dia todo, em Paris - ok, o dia todo não, porque ele precisa misturar ingredientes e, ela, palavras. Andam daquele jeito saltitando que a gente anda quando é criança, páram para ver os artistas de rua, sentando-se nos banquinhos coloridos. Observam os casais que trocam alianças nos barcos do Rio Sena e riem, deliciados, do já batido (e nunca batido) ar romântico de Parri. Ela quer sorvete, ele reluta, diz que ninguém faz um sorvete melhor que o do Remy, mas quando vê as três bolas de chocolate (mais de um sabor junto? pelamordedeus) em cima de uma robusta casquinha, o sorvete escorrendo e caindo na calça dela...ahhh, abre o sorriso da foto e nada diz. Com duas casquinhas gigantes, eles resolvem sentar-se à margem do rio. Venta. Os sorvetes pingam sem parar e ela ri, ri. Ele se irrita, acha um pedaço de papel embaixo do banco e faz o papel amassado de lenço. Parece uma burca, Remy! Risos. Achocolatados, presentes, andam de novo pelas ruas de Paris, agora devagar. Acabou o dia. Eles se abraçam, a menina e o ratinho. As mãos dele, pequeninas e geladas, enroscam o pescoço dela e ela só consegue pensar que a pessoa que inventou o sorvete sabia o que era o amor.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Uma noite de verão...


Ligeiramente embriagadas, com algumas cervejinhas e conversas sobre a vida e as pessoas que nela passam, ficam e se vão! É assim que eu e Jessi nos encontramos agora. Ah, e mandando mensagens para a nossa outra amiga que, do outro lado da cidade, nos acompanha em nossa embriaguez. Mandamos a ela, Ana, "aquele abraço" e desejamos um pouco de juizo e moderação nas palavras...E à Nana, dedicamos pensamentos bons e vibramos ao descobrir que as enzimas dela digerem sim bebidas alcóolicas e ela ainda consegue cair na pixxxta elegantemente após algumas long necks.
Enquanto Jéssi se diverte com o cachorro e fuma um cigarro na janela, eu fico aqui pensando nesses prazeres que nascem, assim, das coisas simples e sinceras. Como horas de conversas, conselhos, risadas, segredos e pensamentos solitários nos transformam. E como é bom sentar e tomar uma cerveja como se a quarta-feira fosse férias de verão.

Aliás, alguém se habilita a responder por que não conseguimos que todos os dias sejam assim? E por que São Paulo acelera as vidas como se amanhã sempre fosse o último dia? E por que as pessoas dormem de noite e ficam acordadas de dia? É tão melhor inverter o tempo e colocar tudo de ponta-cabeça!

Bom, acho que não tenho mais condições para divagar sobre coisa nenhuma...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Vamos ser um pouquinho de Paulinho Moska?


Paulinho Moska - A Seta E O Alvo


Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se perocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

Labirinto




Porque poesia (também!) sempre me alegra, deixo aqui um pedacinho de mim, roubado do Mario Quintana...

Minha estrela não é a de Belém:
A que, parada, aguarda o peregrino.
Sem importar-se com qualquer destino
A minha estrela vai seguindo além...

— Meu Deus, o que é que esse menino tem? —
Já suspeitavam desde eu pequenino.
O que eu tenho? É uma estrela em desatino...
E nos desentendemos muito bem!

E quando tudo parecia a esmo
E nesses descaminhos me perdia
Encontrei muitas vezes a mim mesmo...

Eu temo é uma traição do instinto
Que me liberte, por acaso, um dia
Deste velho e encantado Labirinto

A Graça da Vida

Acho que essa é uma das maiores graças da vida. É engraçado, quando conhecemos uma pessoa é inevitável deixar de pensar como ela deve ser, quais são seus gostos, seu passado e como será no futuro. Não sei explicar, pode ter sido influencia dos meus pais que sempre falaram tão bem dos momentos que passaram na PUC, mas sabia que dentro daquela bagunça encontraria pessoas maravilhosas que marcariam minha vida. Ainda bem que senti certo e aqui estou.

Fico pensando em nós, como era antes e como tudo aconteceu. Pensando no tempo que não foi tanto assim para a intensidade que temos, mas será que tempo importa? Sempre achei que não. Ai esta uma de minhas características, sou muito ansiosa, passo o dia inteiro balançando o pé para ver se extravaso por algum canto, mas percebi que isso só piora e eu não sei como parar. Gosto de viver intensamente e odeio ficar em casa sem fazer nada, acho perda de tempo. Bom, acho que comecei a viajar em meus pensamentos. Nunca escrevi em um blog, mas acho que isso faz parte, né?

O objetivo inicial deste texto não era falar de mim e sim destas três. Então vamos retomar o raciocínio. Fico pensando... quem diria que aquelas três, a loirinha de risada engraçada, aquela com cara de menininha que conheci logo nas primeiras semanas de aula que falava sempre do tal Ri, ou a outra, aquela que namorava um cara do Gracinha e acabamos nos unindo por dorzinhas no coração, se tornariam pessoas tão especiais e essenciais na minha vida?

Esse tipo de coisa acontece sem mesmo que percebamos... e isso dá ainda mais graça na história. Aos poucos, os corredores da PUC nos uniram, mas quando nos demos conta, a amizade já tinha ganhado vida própria e a PUC era só outro lugar que nos encontrávamos. As vezes me pego pensando e chego a sentir um apertinho no coração... como será que vai ser depois da tão esperada formatura? Ao mesmo tempo que me sinto cada vez mais perto de vocês, também sinto que o longe também esta perto, dá p/ entender? Mas, assim como me senti antes de entrar na faculdade, me sinto agora, as três que ganharam tantas outras características se tornaram peças chaves na minha vida e acho, ou melhor, sei que assim será. Desculpa a demora, mas vocês me conhecem, mas me surpreendi, gostei muito de escrever!

Um dia qualquer

Do mundo
Decidi. Meu filho vai nascer no dia 13 de dezembro de 2012, no primeiro dia da Era do Amor. Porque não dá, gente! Esse mundo assim, não é lugar para se botar filho. Ontem, a caminho de casa, parada no farol, vi se aproximar um pequeno, mas tão pequeno que não dava quatro anos. Sozinho e com cara de gente grande. Confesso não saber o que fazer, se dar moedas ou balas, se chorar, enquanto o vidro permanece fechado. Acho que nenhuma das minhas ofertas é possibilidade de mudança. O que fazer então? O pior é que me olho no espelho com vergonha, afinal, o que eu faço? Querer, realmente, não é poder ou é? Ai, ai...parte das minhas crises comigo, com o mundo e com os outros.

Da lua
Por falar em crise, ando precisando de Floral, bolinhas de homeopatia, acupuntura, reza, benção, reik, sei lá, qualquer coisa que dê jeito na minha memória e no meu desligamento. Ando perdendo tudo, não lembrando de nada, esquecendo coisas, marcando vários compromissos, com pessoas várias, na mesma hora e no mesmo dia! Se eu acreditasse em histórias de avós, diria que andam botando mau-olhado para menina-moça se perder! O episódio da semana foi chegar ao metrô, às 23h30 da noite e me dar conta de que não estava com a carteira. A carteira, aquela que dentro guardo todos os meus cartões, meus documentos, meu bilhete único, meu ticket refeição. Por sorte, D. Jéssi estava lá pra me emprestar 20 mangos. Em casa, depois de quase quebrar a porta porque não conseguia encaixar o bendito pininho na bendita fechadura, liguei para toda gente em busca de soluções. A solução apareceu no dia seguinte, na faculdade: a minha carteira foi achada e estava intacta, lacrada. Mas mesmo assim, vou comprar outra, essa já carrega sorte ruim!

Das rosas
Olhando a vida por seu lado rosa, sinto que as coisas que confundiam agora já não possuem tantos nós. Elas diziam sempre que um dia a escolha seria feita naturalmente, quando o resto tomasse sua forma. E tomou. Quem me olha agora, nesse exato minuto do tempo, desconfiaria que a menina tem borboletas no estômago – que não indicam futuros, que não se nomeiam, que não se entendem. Mas dá pra ver que iluminam, que reacendem, que motivam, que fazem cócegas...tantas cócegas que prendem o sorriso no rosto e enchem um pote risadas.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Um pouco de mim

Sou a Ana. Tenho 23 anos. Assim como as outras “meninas...” estou prestes a me tornar uma jornalista.
Nasci sob o signo de Leão, apesar de a cada dia minha ascendência libriana se mostrar grande. Mas continuo leonina, prefiro assim.
Tenho saudade da Aissa, da Camila e da Melissa.
Poesia me alegra sempre.
Adoro o frio na barriga do começo das paixões.
Não consigo chegar no horário nunca, nem mesmo nas entrevistas de emprego. Tento mudar isso todos os dias antes de sair de casa, mas é tão difícil. Um dia eu chego lá....e na hora.
Jamais subi numa prancha, no entanto, adoro o surf. E não é só por causa dos surfistas, que fique claro.
Tenho mania de acordar e ligar o rádio.
Fazer conta não é muito a minha praia.
Preciso confessar que tenho dificuldade na classificação das palavras em oxítonas, paroxítonas e propa....o que mesmo?
Toquinho, Caetano Veloso e Nat King Cole me fazem lembrar as manhãs de domingo da infância. Lucas Silva & Silva e Mary Poppins eram as minhas tardes.
De quem sinto falta por perto: pai, “madrasta”, avós, avô, tios, tias, primos, primas, amigos, amigas, irmã.
Adoro as festas de família, os almoços de domingo.
A Joana para mim é a Jobas, a Jéssica é a Honey e a Giovanna é o Naneto!
Brigadeiro de panela é a minha gula.
Ver filme triste e chorar é um programa perfeito para os dias frios.
Crianças berrando e bichos mimados me irritam por vezes.
Dizem que sou um tanto dramática, talvez eu seja mesmo. Mas só um pouco.
Tenho fases de querer ficar sozinha.
João Guimarães Rosa e Franz Kafka, paradoxalmente, me emocionam.
Todos os dias gostaria de poder estar em Santo André e Recife.

“...ando por onde há espaço. – Meu tempo é quando”, bem disse Vinicius de Moraes.
Tem mais coisa. Estes são só uns pedaços de mim. O resto se apresentará no cotidiano, aqui, neste espacinho.

Nós! Num almoço especial...


sábado, 13 de outubro de 2007

As meninas de lá, agora, por aqui


São elas, As Meninas de Lá: Jé, Nana, Aninha e Jobas. Claro, pedindo licença a Guimarães, cuja personagem, que sabe fazer saudade, inspirou a nossa criação e nossas conversas.

Como a idéia de escrever começou? Em um momento em que as vidas passam aceleradas e as vontades e sonhos se potencializam. Umas riem, outras choram, se apaixonam, fazem apaixonar. Mas continuam as mesmas meninas de quando se conheceram. Claro, as mesmas, mesmas, não! Mas com aquela mesma sensibilidade, brilho nos olhos, graça, ombro amigo, amizade e poesia que as uniram desde o primeiro ano de faculdade.

Bom, a hitória delas, ou nossa, como preferirem, será contada pela visão de cada uma, ou das quatro ou não será contada por ninguém. Mas pelo menos fica aqui a tentativa de registrar, dia a dia, o que se passa na cabeça um tanto quanto confusa, maluca e, por vezes, sem juízo das quatro meninas de lá, que agora se apresantam por aqui.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A pequenina Cordisburgo de Rosa




A idéia foi dela. Eis! Na estréia, um belo sorriso miguilim.