quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ensaio


Ela nasceu Nana, mas Giovanna é sua guerreira. Uma menina-velha que adora brincar com as palavras, só que ainda não descobriu se prefere amarelinha ou gira-gira. Enquanto isso, sai por aí com sua flor amarela e laranja no cabelo, cantarolando e dançando em pequeninas terras-sertanejas e pedras belas. Tudo o que é zen a atrai. Adepta da antroposofia e de florais. Sua sensibilidade, que hoje traz paz, foi durante muito tempo motivo de medo. Ridiculus! Comer fruta do pé faz ela se sentir um macaquinho feliz. É das montanhas a moça, mas ultimamente anda desejosa por mar. Doces, hmmmm! Mas vive uma fase natureba. Há, em sua vida, agora, um excesso de "mas", como havia na de Miguilim um excesso de adultice. Mas é bom! Rs. Brincar é bom! Vontade de dançar não falta, falta é priorizar. As amigas são poderosos amuletos que a vida põe em nosso pescoço - o que fazer com ele, cabe a nós. Escrever é uma delícia, e às vezes, ai, um suplício. Com a ajuda de fadas ela tem descoberto algumas vontades meio escondidinhas, dessas que dão na gente uma hora ou outra na vida. Fotógrafa agora ela é, metida andando com a máquina pendurada no peito e rindo, sapeca, do sorriso curioso dos motoristas. Roxo é sua cor preferida. Rita, sua santa. Mãe terra e yoga, uma nova conexão. Pais, heróis desmitificados. Comida, gosta de todas, mas talvez só por uma massa seja capaz de passar vergonha em bistrôs parisienses. Nunca foi chegada em animais, embora tenha passado a infância toda tentando cuidar de coelhos e pintinhos (desastrosamente). Tem duas irmãs de alma. Irmãos de sangue, são companheiros e seus filhotes. Dorme com bichinhos de pelúcia e quando as coisas apertam muito, só a Siumara resolve e presença de mãe. Dia chuvoso e nebuloso é bom demais. Muito calor, só em dias preguiçosos. Seu homem ela escolheu, e cedo entendeu que o verdadeiro amor mora dentro da gente, e não fora. Criança dá uma baita paz. A menina medrosa que vivia dentro dela, no entanto, ficou na tenda. É tagarela! Tem tentado falar menos e ouvir, com mais presença, o que os outros têm a dizer. Esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e desinquieta: o que a vida quer da gente é coragem. É. Jornal, já sabe: não quer. Ficar melecada é irritante, mas da última vez em que tomou um banho de limonada, não foi tão ruim assim. Um dia, vai ter uma horta em casa e saber cozinhar. Ainda acha que vai atuar em um filme e escrever roteiros é uma idéia atraente. Arte é trabalho. Poesia aqui, lá, em toda parte. Combinação exposição + cafezinho é tudo de bom. Gostaria de ler mais. Convenções sociais a incomodam: conversas sobre o tempo no elevador, pessoas com medo do silêncio e perguntas obrigatórias e-vc. Gente de mau-humor é um saco. Filme bom muda o dia. Flores bonitas pelo caminho, também. Gente que gosta do que faz, também. Quer conhecer o continente africano. E a Índia. Quem sabe ano que vem. Quer visitar muitos lugares, não sabe direito quais. O que ela sabe, de um saber doído e lindo, é que, não importa aonde esteja, quer ficar sempre bem dentro dela.




Um comentário:

A Jéssica disse...

te amo, banito! Sempre e cada dia mais!