Com os olhos atentos à grande tela conheci Oskar e seus cabelos cor de milho. A ingenuidade do garoto que brincava sozinho pela neve me fez lembrar Bruno e seu amigo do “pijama listrado".
Ainda me acostumando com a escuridão daquela sala, me ajeitando na cadeira, após descer correndo pela rua Augusta para não perder o começo do filme, veio Eli com sua palidez desconcertante.
A partir dali eu já não estava mais em São Paulo, me transportei, como num passe de mágica, para aquela cidadezinha sueca no momento em que os dois se viram pela primeira vez. Preferi apenas olhar, lá de longe, “de onde toda beleza do mundo se esconde”.
Oskar e Eli talvez não soubessem, mas começavam a viver o primeiro amor, que não surge dos olhares sem graça, das bochechas com vergonha e de um convite para jantar, ele chega sorrateiro como o vento, assoprando as pequenas brigas e os pseudos ódios. Demora algum tempo para perceber quando se tem apenas 12 anos.
O que refletia no olhar azul de Eli era o segredo que carregava. Sem sentir frio, ela vagava pelas geladas madrugadas e ruas escuras em busca de sobrevivência, que, no seu caso, vinha das abruptas sugadas quando seus caninos afiavam-se. Sim, ela virava vampira. Uma vampira triste e solitária. Na versão menina, Eli, finalmente, estava feliz junto de Oskar, depois que inventaram seus próprios signos. Depois que o amor podia ser vivido dentro de uma caixa, de um jeito só deles.
“Deixe Ela Entrar” já estava no final e, enquanto eu voltava para minha cadeira, lembrei das coisas do primeiro amor, ao mesmo tempo que Thirteen, do Ben Kweller, me veio à cabeça com seus protagonistas adolescentes diantes das maluquices de um amor pueril.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
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5 comentários:
Ontem, acabei de ler o Menino do Pijama Listrado. Muito surpreendente!
E que filme é esse que você está falando, Ana?
Olá, Maricota! Tudo bem?
Eu não li o "Menino do Pijama Listrado", mas vi o filme e gostei bastante.
Este outro que eu estou falando é o "Deixe Ela Entrar" (Let the Right One In), um filme sueco de vampiros nada convencional e lindíssimo! Eu assisti durante a Mostra Internacional de Cinema de SP. Espero que entre no circuito comercial para que mais gente possa ver. Vale a pena.
Beijo,
Ana.
Ah, esses filmes pouco convencionais, em sua maioria, são bem bons.
E eu quero ver o filme do Menino do Pijama Listrado, apesar dos livros sempre serem melhores que seus filmes (pelo menos na minha opinião). O livro é realmente muito bom. Com uma linguagem simples, muitas vezes até infantil, parece que o próprio Bruno conta a história.
Beijos,
Mariana :)
welcome back, nini.
sua sensibilidade faz falta a este espaço.
beijos saudosos
Amei todos, mas sou suspeita, sou coruja.....ah! quero ver este filme também.
muitos bjinhos
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