quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A máquina que dava moedas


Todas as manhãs Maria chegava ao trabalho, ligava o computador, deixava suas coisas em cima da mesa e ia, com sua linda bolsinha vermelha, até a máquina de cafés. Separava os sessenta centavos e colocava moeda por moeda no local indicado. Em seguida, apertava os botões de “extra açúcar” e o do tipo de café desejado, que, diga-se de passagem, era sempre o mesmo.

Após 30 segundos, a engenhoca apitava indicando que o café da moça estava pronto. Entretanto, o que era para ser um procedimento normal do cotidiano, tornou-se um mistério para Maria, pois a máquina não parava seu trabalho por ali. Logo, ela devolvia todas as moedas que a jovem havia colocado como pagamento.

Maria olhava para aquele monte de moedas sendo cuspidas pela máquina e ficava sem saber o que fazer. Às vezes pegava de volta e guardava na mesma bolsinha, porém, em sua maioria, deixava lá e pensava: sorte de quem vier depois, talvez seja uma espécie de café do próximo, como no restaurante da livraria Argumento.

Fazia o caminho de volta. Agora com o copo de café quente na mão. Sentava em sua cadeira e, se algum colega já estivesse por ali, contava o estranho fato.

Certa tarde, Gigi a convidou para um cafezinho. No caminho, Maria foi reproduzindo a incrível história da velha máquina. Gigi ficou indignada:

— Ué, eu trabalho aqui há tanto tempo e isso nunca aconteceu comigo!

A amiga foi primeiro e a máquina se comportou normalmente, sem soltar sequer um troquinho. Na vez de Maria, como não podia ser diferente, seis moedas de dez centavos foram caindo desesperadamente no chão. As duas se olharam confusas.

Papo vai, papo vem, Maria aponta para a máquina que dava moedas e pergunta à amiga por que ela não apertava o botão de “café solúvel livre”. No que Gigi responde:

— Ah, esse café é de graça, mas não é muito bom não.

Rapidamente, as duas se olharam e riram, como uma epifania. Enfim, estava solucionado o mistério da famigerada máquina. Mas não sem antes Maria, orgulhosa, afirmar que o café gratuito era, sim, muito bom.

10 comentários:

Anônimo disse...

Hahahahahaha...muito bom!!!! Imaginei a cena, menininhas daí.
Amo vcs...

Anônimo disse...

gostava tanto do mistério, gostava gostava. historinha singela essa nossa. ahh mon!!! lindo texto.

BAEA disse...

Ahahahaha... Essa Maria é mei lesiiiinhaaaa, hein??? :P

Muito legal!!!

Anônimo disse...

hoje em dia essa Maria ainda deixa as moedinhas lá, só pela tradição?

Ana Elisa Faria disse...

Hahaha!
Não, hoje em dia essa Maria aprendeu a lição e vai sem sua bolsinha tomar o café gratuito!

nana tucci disse...

sério, mon? o gratuito? ai, hermeto, vai deixar vazio....

Anônimo disse...

Hahaha...ai Naneto, antes a máquina vazia do que a bolsinha vermelha, hein?

nana tucci disse...

hahaahhaha não, Djouena, a hermeto vai deixar vazio...

Anônimo disse...

Acho que conheci algumas Marias...acho que todo mundos já teve seu momento Maria.
Tá lindo e divertido.

Anônimo disse...

What a information of un-ambiguity and preserveness of valuable knowledge on the topic of unexpected emotions.


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