quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dengo e Apelo

Há tempos estou para escrever esse texto. Sobre algo bom, sobre uma beleza, uma música, uma poesia, uma canção. O compositor é um velho conhecido da vila e de todo o resto, Martinho. Confesso nunca ter prestado atenção na poesia do presidente de honra que tem a escola do coração em seu nome, que compôs dois dos cinco campeões, entre tantos outros enredos da carioca Unidos de Vila Isabel. Que compôs sambas eternos que estão na boca do povo. E na minha? a Disritmia das primeiras vezes.

Fui apresentada à poesia por Ney Matogrosso e Pedro Luis. Não tenho muitas explicações para dizer que ultimamente me aparece todos os dias, na cabeça, no peito.Talvez sejam os ventos que causam arrepios nos finais de tarde, anunciando as novas que se aproximam. E a história se deu, simples assim, como tantas outras no mundo:

Disritmia
Martinho da Vila

Eu quero me esconder debaixo
dessa sua saia pra fugir do mundo.
Pretendo também me embrenhar
no emaranhado desses seus cabelos
Preciso transfundir seu sangue
pro meu coração que é tão vagabundo...
Me deixa te trazer num dengo
pra num cafuné fazer os meus apelos

Eu quero ser exorcizado
pela água benta desse olhar infindo
Que bom ser fotografado,
mas pelas retinas desses olhos lindos
Me deixa hipnotizado
pra acabar de vez com essa disritmia
Vem logo vem curar seu nego
que chegou de porre lá da boêmia

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