
Ela me deixou extasiada. Tem qualquer coisa de magia naquela mulher. Qualquer coisa na voz, no olhar, no sotaque, no porte, nas flores do vestido, no jeito de amarrar o cabelo.
Quando as luzes se apagaram e começou a cantar Chovendo na Roseira eu, de tão feliz, senti vontade de chorar. Quando ouvi o trecho "deixe que eu siga novos caminhos, em busca de outros carinhos", de Risque, chorei. E as mãos, que se entrelaçavam timidamente, se apertaram em Estrada do Sol, apertadas o bastante para que os dois pudessem, em seguida, se beijar em segredo em uma casinha, lá na Marambaia. E pra todo mundo ver, em Só Tinha de Ser Com Você. Então, deixaram o Municipal e, mais tarde, conseguiram se abraçar bem forte, inventando um final só deles para Se Todos Fossem Iguais a Você.
Descobri a Teresa Salgueiro na época em que tomei a decisão que foi até hoje a mais difícil, com o coração cheio de força e coragem. Os versos de Meditação, na voz dela, viraram para mim uma espécie de mantra. Na segunda-feira, quando ela cantou que a flor, o sorriso e a flor se transformam depressa demais, lembrei sem dor da menina que, naquele setembro escuro, deixou a mala de certezas na estrada e seguiu em frente, repetindo para si mesma o final da canção de Tom Jobim e Newton Mendonça:
"Quem depois voltou
Ao amor, ao sorriso e à flor
Então tudo encontrou
E a própria dor
Revelou o caminho do amor
E a tristeza acabou"
3 comentários:
Texto incrível, amiga-poema!
Lindo Nana! Continuo me emocionando diariamente com o blog de vcs.
Bjs...
demais!
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