segunda-feira, 2 de junho de 2008
Chuva de verão
Imagine aquela tarde de verão, em que o tempo está uma delícia e tudo parece perfeito. O céu amanheceu sem uma nuvem, só se via aquela imensidão azul, o calor tomou parte de toda a tarde e a vontade era sair por aí e passear sem rumo, só para aproveitar o dia. Quando tudo parece um roteiro de uma comédia romântica, alguma coisa parece se transformar. No céu limpinho aparece uma nuvem ou outra, aquele tempo abafado ganha um ventinho mais frio. E num piscar de olhos, tudo muda!
Um monte de nuvens daquelas bem pretas e bem carregadas se formam pelo céu. Não sobra nem mais um pequeno espaço azul. O vento parece que vai carregar aquelas pessoas que saíram de casa para aproveitar o dia e o barulho dos trovões parece ensurdecer. E eu, uma dessas pessoas que sai para viver esse dia perfeito não tenho para onde fugir! Olho para o céu e a impressão é a de que o mundo realmente vai cair na minha cabeça e eu só posso esperar!
Ao olhar para as nuvens negras penso quanto frio sentirei, como meu vestido de verão, aquele dos mais leves que temos, todo estampadinho vai ficar encharcado, que a sandália vai escorregar e que não deveria ter colocado os pés para fora de casa... mesmo assim, eu não quero ficar presa em algum lugar para esperar a chuva passar, sei que quero viver aquilo.
Primeiro começam os pingos grossos e esparsos e nem parece que está chovendo. Aos poucos, eles se multiplicam e, quando percebo, já estou encharcada. Começo a sentir e percebo o quanto aquela chuva é gostosa. Apesar de estar morrendo frio, mesmo com medo de escorregar, aquilo tudo faz parte do verão da mesma maneira que o sol.
Chego em casa molhada dos pés a cabeça, com frio e já espirrando, mas feliz porque é assim que a vida acontece. Mesmo quando nos vemos nos melhores momentos e achando que tudo está perfeito, as nuvens negras vem, mas também vão porque no dia seguinte, ao abrir a janela o sol está lá de novo, brilhando. É assim que me sinto hoje, no meio de uma tempestade que parece que não vai passar nunca, mas feliz e vivendo, brincando com as poças que se formam porque sei que o sol vai aparecer depois para secá-las.
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Um comentário:
Honey, li seu post e me lembrei da música "Preta", do Cordel do Fogo Encantado:
“E a chuva vem pequena e grandiosa...
Acalenta ou revira o nosso lar”
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