Tá, eu sei, Joana em demasia. Mas essa coisa de inspiração não vem quando a gente pede...chega assim, do nada! Aliás, o que me motiva a escrever novamente, é um desespero engraçado, daqueles que aparecem quando se quer falar, mas não se sabe. Quando se quer dizer alto algo que não consegue sair assim, tão fácil, quando a sua única arma é a voz. Aí eu escrevo, pra tentar entender o que eu sinto e até para ler depois e dizer: nossa, não acredito que eu pensava assim.
Pois então, aqui dentro, pensamentos andam trombando em torno de um assunto só: momentos. Hoje cheguei a uma certa conclusão a respeito de algo sobre o qual muita gente fala, mas confesso, eu relutava em acreditar: não se é feliz e, sim, se está feliz. Não, não estou deprimida, desacreditada, triste ou coisas do gênero. Só botei reparo nos momentos de felicidade claros que nos surgem à frente. Mas que, de uma hora para outra, assim, como passes de mágica, se desfazem. Se desfazem em monotonia, se desfazem em angustia, se desfazem em amor, se desfazem em saudade, se desfazem em desejo, ansiedade, pressa, sonhos, rotina, carinho.....simplesmente se desfazem como os castelos de areia erguidos na praia e desmanchados, suavemente pelo vento, ou, bruscamente pelos passos desajeitados das crianças que correm pela orla. Mas a beleza de uma praia com castelos desmanchados continua ali, como fotografia de um dia bom.
E essa para mim, cada dia mais, é a beleza da vida. A sensação de quando se reconhece e se sente plenamente em um momento de felicidade é indescritível. Amacia ao mesmo tempo em que aperta o coração. Liberta e torna o andar leve, como se nosso único peso fosse o do corpo a caminhar. Esquenta, como se o sol se escondesse é dentro da gente. E a gente quer ficar paradinha ali, na esperança do pra sempre. Mas, de repente tudo explode em dia-a-dia como bolhas de sabão. E o que fica marcado é mesmo a beleza, a pureza , a leveza e as delícias daquele momento de felicidade, só nosso.
O erro, porém, e que, em minha opinião, causa a nossa inseparável e inevitável frustração é acreditar na eternidade desses momentos. É apostar nela com todas as suas fichas e subir na estante mais alta acreditando que ali, como os truféus, será o seu lugar pra sempre. E aí, e aí como tudo na vida, se desmancha e caímos, como quem não tem almofadas no chão para amparar a queda, como quem não acredita que um dia cairia. Nessa hora se chora em desespero sem entender o que realmente faz parte. Que os tombos fazem parte da estrada e que a vida só é tão linda e tão intensa devido a mistura imprescindível entre os momentos de felicidade e os momentos de lucidez.
Um comentário:
como bem disse a Jessi: vivendo, feliz, brincando com as poças!
linda reflexão, Djobinha
obs. joana nunca em demasia!
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