
A menina que explicava tudo ficou, então, preocupada por não saber tirar, por meio de alguma explicação, a Angústia de dentro de mim. Por isso, tentou, como última alternativa, me mostrar o significado de uma palavra em especial que, para ela, dá razão a todo o resto. Mas ela se embananou toda, se confundiu, se perdeu. Foi quando a menina que explicava tudo não soube explicar mais nada. Mas, nessa hora, resolvi prestar atenção na confusão da menina que não podia mais explicar. E ela tentou. Deu várias definições para a palavra inexplicável: “É quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não, é um exagero... Também não. É um desaforo...uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?”. Ela, a menina que queria explicar tudo, não soube explicar o que era o amor. E, como um sopro forte, mandei a tal angústia embora e percebi que há coisas que simplesmente não se explicam. Só se sente. Cansada de tentar controlar tudo, resolvi acreditar no sentir e nas várias formas em que ele se manifesta. Parei de tentar definir ou explicar o mundo ao meu redor. Ele existe, com seus vários porquês, suas várias causas e argumentos. E eu não tenho como mudá-lo. Só cabe a mim, vivê-lo de forma leve, tranqüila, sincera, intensa e acreditando na força e no poder das palavras ditas com amor – mesmo sem saber explicar o que ele significa.
Um comentário:
lindo!!!
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