Acordei. Os pés, devagar, iam tentando tocar o chão frio e disforme, como aqueles mistérios e segredos do ainda inconsciente. Ao redor, tudo era branco, de uma brancura inigualável, daquelas de quase cegar. Já não havia a multidão que outrora me acompanhava. Era só silêncio. Era o ser sozinha.
Mas lá, bem ao fundo, havia uma janela. E, em passos lentos, o aproximar. E o que mais apertava era o medo do enxergar. Entre as paredes brancas era fácil entender o fim e o começo, a direita e a esquerda, o avançar e o esperar. Mas, ali, por trás daquelas janelas, não se sabia de pronto o que viria. Era, assim, uma constante ansiedade pelo devir atrás da cortina.
O colorido fazia doer os olhos. E o branco? ah, o branco era sereno, calmo, bom. Eram as cores que, ao mesmo tempo, atraíam, assustavam e cortavam.
Ao chegar, a sensação da enormidade do mundo. Reconheci sorrisos e falares do antes e do agora. Pelo caminho de pedras, ao fundo da paisagem, somente alguns seguiam firmes na direção do certo (ou não?!). Outros se distraíam nas árvores com frutas, nos riachos onde, um dia, existiu banhos e sonhos, nas casas, onde as chaminés fabricavam sabores e cheiros.
Mas era no caminho de pedras que meu olhar entretido se prendeu. O final dele não se via, mas no decorrer de sua trilha brotavam outros caminhos, onde alguns se iam e outros se vinham. Trechos alargados pelas pegadas várias, trechos estreitos, pelo caminhar de poucos. E assim, era a romaria da vida que se completava. E, em orações, sentia-se o pra sempre.
O caminho de pedras, no entanto, era lavado pelas lagrimas que escorriam da gente ao perceber que nem tudo cabia dentro do estreito de uma estrada. No máximo, o que se faz é carregar todas as cores do mundo no bolso para, ao fim da rua, se pintar a tela que enfeitará as paredes brancas do quarto, que possui a janela aberta para o tempo.
Ps: pela primeira vez não me reconheci em um texto. Não pelo sentir que se descreve, mas pela forma com que se apresenta. Não houve como mudar, variar, inverter, apesar do tentar. O resultado é esse e, se tivesse a opção, assinaria com outro nome.
Mas lá, bem ao fundo, havia uma janela. E, em passos lentos, o aproximar. E o que mais apertava era o medo do enxergar. Entre as paredes brancas era fácil entender o fim e o começo, a direita e a esquerda, o avançar e o esperar. Mas, ali, por trás daquelas janelas, não se sabia de pronto o que viria. Era, assim, uma constante ansiedade pelo devir atrás da cortina.
O colorido fazia doer os olhos. E o branco? ah, o branco era sereno, calmo, bom. Eram as cores que, ao mesmo tempo, atraíam, assustavam e cortavam.
Ao chegar, a sensação da enormidade do mundo. Reconheci sorrisos e falares do antes e do agora. Pelo caminho de pedras, ao fundo da paisagem, somente alguns seguiam firmes na direção do certo (ou não?!). Outros se distraíam nas árvores com frutas, nos riachos onde, um dia, existiu banhos e sonhos, nas casas, onde as chaminés fabricavam sabores e cheiros.
Mas era no caminho de pedras que meu olhar entretido se prendeu. O final dele não se via, mas no decorrer de sua trilha brotavam outros caminhos, onde alguns se iam e outros se vinham. Trechos alargados pelas pegadas várias, trechos estreitos, pelo caminhar de poucos. E assim, era a romaria da vida que se completava. E, em orações, sentia-se o pra sempre.
O caminho de pedras, no entanto, era lavado pelas lagrimas que escorriam da gente ao perceber que nem tudo cabia dentro do estreito de uma estrada. No máximo, o que se faz é carregar todas as cores do mundo no bolso para, ao fim da rua, se pintar a tela que enfeitará as paredes brancas do quarto, que possui a janela aberta para o tempo.
Ps: pela primeira vez não me reconheci em um texto. Não pelo sentir que se descreve, mas pela forma com que se apresenta. Não houve como mudar, variar, inverter, apesar do tentar. O resultado é esse e, se tivesse a opção, assinaria com outro nome.
Um comentário:
posso apostar que atrapalhou não estar no refúgio, mas sim na rua, onde não pode usar de todas essas cores. essa, que me parece uma aura de insegurança em explorar o desconhecido, não lhe cai bem!
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