Não foi num palácio mágico, no meio da floresta encantada ou no baile de máscaras da realeza que Maria conheceu João. Foi na faculdade que os dois se encontraram. Diferente dos contos de fadas foi à segunda vista que ela se encantou pelo moço tímido de olhos esverdeados.
Ele gostava dela, mas não sabia. Ela gostava dele, mas não queria. Os dois viviam brigando feito gato e rato. Passavam dias, às vezes, meses até fazerem as pazes. Voltavam no tempo da delicadeza, eram felizes de novo para em seguida brigarem de novo. Era uma história do jeito deles. Somente eles se sabiam. Felizes para sempre nunca foram, mas Maria acreditava, assim como sua amiga Beatriz, que o para sempre era sempre por um triz.
Passaram-se os anos e Maria continuava pedindo o amor de João. Só que ele, menino ainda, não podia retribuir o sentimento grande que Maria ansiava. Aí veio Bandeira e contou para ela o segredo que descobrira: “as almas são incomunicáveis”, sussurrou em seu ouvido. “Deixa teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não”, insistiu o poeta. Mas a moça queria tudo, mais, queria um amor de corpo e alma. Cansou de ter só a metade das coisas. E decidiu caminhar, sozinha.
João, nesse mesmo tempo, saiu pelo mundo. Foi conhecer outros lugares, outras pessoas. Maria decidiu esquecê-lo. Sabia que seria melhor assim. Entristeceu-se, retirou-se de cena, foi lá embaixo. Só que a vida lhe trouxe surpresas e Maria voltou a sorrir. Conheceu José, que embora tenha ficado pouco tempo em seu caminho, foi dela por inteiro. De corpo e alma, como queria.
E foi no meio da tempestade que João retornou para a vida de Maria. Ela sabia que agora, de uma vez por todas, seu coração estava livre, porém, não tinha a certeza certeira daquilo. Maria era moça teimosa e precisava saber para onde foi todo aquele amor que sentia. Acho que se transformou. É, virou lembrança boa. E ria essa Maria, lembrando. Ainda assim, orgulhosa que era, metódica, ela gostava de pontos finais e queria saber se podia guardar aquele amor na caixa mais bonita de sua estante. Aquela caixinha onde dormiam os outros “Joãos” que conhecera durante a travessia.
Então, numa noite de festa, Maria pediu um beijo a João, que mesmo sendo um menino assustado, não negou o desejo da moça. Era o que faltava e, como num passe de mágica, o faz-de-conta terminou assim...
Rapidamente, Maria percebeu que o que lhe faltava era coragem. Sempre ela! E depois disso, Guimarães Rosa poderia até dizer que o coração dela voltou a bater no compasso do mais certo. Mas não, não! Era mais descompassado ainda que batia, pois Maria tinha o coração mole. Bastava ouvir uma música que chorava. Bastava ver um sorriso e já ia ela se apaixonar.
Ele gostava dela, mas não sabia. Ela gostava dele, mas não queria. Os dois viviam brigando feito gato e rato. Passavam dias, às vezes, meses até fazerem as pazes. Voltavam no tempo da delicadeza, eram felizes de novo para em seguida brigarem de novo. Era uma história do jeito deles. Somente eles se sabiam. Felizes para sempre nunca foram, mas Maria acreditava, assim como sua amiga Beatriz, que o para sempre era sempre por um triz.
Passaram-se os anos e Maria continuava pedindo o amor de João. Só que ele, menino ainda, não podia retribuir o sentimento grande que Maria ansiava. Aí veio Bandeira e contou para ela o segredo que descobrira: “as almas são incomunicáveis”, sussurrou em seu ouvido. “Deixa teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não”, insistiu o poeta. Mas a moça queria tudo, mais, queria um amor de corpo e alma. Cansou de ter só a metade das coisas. E decidiu caminhar, sozinha.
João, nesse mesmo tempo, saiu pelo mundo. Foi conhecer outros lugares, outras pessoas. Maria decidiu esquecê-lo. Sabia que seria melhor assim. Entristeceu-se, retirou-se de cena, foi lá embaixo. Só que a vida lhe trouxe surpresas e Maria voltou a sorrir. Conheceu José, que embora tenha ficado pouco tempo em seu caminho, foi dela por inteiro. De corpo e alma, como queria.
E foi no meio da tempestade que João retornou para a vida de Maria. Ela sabia que agora, de uma vez por todas, seu coração estava livre, porém, não tinha a certeza certeira daquilo. Maria era moça teimosa e precisava saber para onde foi todo aquele amor que sentia. Acho que se transformou. É, virou lembrança boa. E ria essa Maria, lembrando. Ainda assim, orgulhosa que era, metódica, ela gostava de pontos finais e queria saber se podia guardar aquele amor na caixa mais bonita de sua estante. Aquela caixinha onde dormiam os outros “Joãos” que conhecera durante a travessia.
Então, numa noite de festa, Maria pediu um beijo a João, que mesmo sendo um menino assustado, não negou o desejo da moça. Era o que faltava e, como num passe de mágica, o faz-de-conta terminou assim...
Rapidamente, Maria percebeu que o que lhe faltava era coragem. Sempre ela! E depois disso, Guimarães Rosa poderia até dizer que o coração dela voltou a bater no compasso do mais certo. Mas não, não! Era mais descompassado ainda que batia, pois Maria tinha o coração mole. Bastava ouvir uma música que chorava. Bastava ver um sorriso e já ia ela se apaixonar.
4 comentários:
"(...)que ela não perca nunca, não importa em que mundo, não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade de pássaro". Um pouco de Vinicius. Pare nunca, menina, de se apaixonar...
Eu já conheço essa história, não!??!
Acho que sim.
bjomeligasempre!
"Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também - mas Diadorim é minha neblina..."
A menina Ana... que texto bonito. Bandeira ficaria orgulhoso por também pertencer a ele.
beijo procê!
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