Quando pequena Nina adorava acompanhar sua mãe no supermercado. Gostava de brincar e correr por entre as prateleiras. Também gostava de apostar corrida com sua irmã menor. Se perdiam pelas fileiras dos congelados, dos pães e dos eletrônicos. Faziam suas próprias pistas de bate-bate. Às vezes seu pai olhava bravo, mas sabia que no fundo ele achava era engraçado as duas correndo de lá pra cá, fazendo daquele lugar um parque de diversões.
Diante do mundaréu de comidas, frutas, aparelhos domésticos, corre-corre de pessoas, carrinhos, música, ela parava, somente, quando via as moças que trabalhavam sob os patins. Ficava encantada e sonhava um dia poder ir ao supermercado com rodinhas nos pés.
— Mãe, posso buscar meus patins? (Dizia impaciente)
— Não, meu bem, aqui não é lugar para você brincar.
— Mas, mãe, as moças...
— Pese as batatas pra mim, filha.
Enquanto via as atendentes deslizarem, Nina chorava, também querendo patinar pelo supermercado todo. Só mudava o rumo de seus olhares quando chegava perto da seção dos doces. Aí, a menina esquecia o mundo e tudo se transformava em barras de chocolate, balas coloridas, caramelos, bolachas, chicletes, pirulitos...queria colocar tudo dentro do carrinho. E não era só Nina e sua irmãzinha que brincavam por lá. Várias crianças corriam, pulavam, se perdiam. Ela mesma já havia se perdido no meio do labirinto de gôndolas e chegou até pensar que nunca mais encontraria sua mãe naquele mundo de pernas que passavam apressadas.
Dez anos depois, o supermercado já não era mais um parque de diversões, pelo contrário. Nina, agora moça adulta, não via mais graça em empurrar o carrinho de compras, não dava a mínima para os patins e seus olhos pouco brilhavam pelos doces. Na verdade, ela se irritava com as crianças que atrapalhavam seu percurso, com a fila para pesar as verduras e as cestinhas abandonadas no chão. Não se imaginava mais ficar horas dentro daquele lugar e nem tinha mais medo de se perder, pois já sabia caminhar sozinha.
Diante do mundaréu de comidas, frutas, aparelhos domésticos, corre-corre de pessoas, carrinhos, música, ela parava, somente, quando via as moças que trabalhavam sob os patins. Ficava encantada e sonhava um dia poder ir ao supermercado com rodinhas nos pés.
— Mãe, posso buscar meus patins? (Dizia impaciente)
— Não, meu bem, aqui não é lugar para você brincar.
— Mas, mãe, as moças...
— Pese as batatas pra mim, filha.
Enquanto via as atendentes deslizarem, Nina chorava, também querendo patinar pelo supermercado todo. Só mudava o rumo de seus olhares quando chegava perto da seção dos doces. Aí, a menina esquecia o mundo e tudo se transformava em barras de chocolate, balas coloridas, caramelos, bolachas, chicletes, pirulitos...queria colocar tudo dentro do carrinho. E não era só Nina e sua irmãzinha que brincavam por lá. Várias crianças corriam, pulavam, se perdiam. Ela mesma já havia se perdido no meio do labirinto de gôndolas e chegou até pensar que nunca mais encontraria sua mãe naquele mundo de pernas que passavam apressadas.
Dez anos depois, o supermercado já não era mais um parque de diversões, pelo contrário. Nina, agora moça adulta, não via mais graça em empurrar o carrinho de compras, não dava a mínima para os patins e seus olhos pouco brilhavam pelos doces. Na verdade, ela se irritava com as crianças que atrapalhavam seu percurso, com a fila para pesar as verduras e as cestinhas abandonadas no chão. Não se imaginava mais ficar horas dentro daquele lugar e nem tinha mais medo de se perder, pois já sabia caminhar sozinha.
Ainda no supermercado, Nina olhou para trás e, mesmo com sua impaciência habitual para esse tipo de ocasião, ela se lembrou de como aqueles momentos eram bons. E, agora, acha graça. Compreendeu, mais uma vez, as brincadeiras que o tempo faz com a gente.
Um comentário:
Olá, Nina Patinadora!!!
Eu também queria andar de patins no mercadinho aqui da cidade (apesar de ser miudinho). Achava lindas as moças indo e vindo com aquelas joelheiras e cotoveleiras, cabelos esvoaçantes e batom cor de cereja.
Beijinho!
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